Entre as muitas manifestações em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, duas delas tiveram a religião no centro. Na tarde da sexta (6) ocorreu em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), um comício que logo se transformou em culto ecumênico.
No local onde o petista passou as últimas 48 horas e que reúne milhares de apoiadores do lado de fora, um carro de som foi usado como palanque para diversas manifestações. O líder judeu Nelson Nisenbaum, muito aplaudido pelos presentes, bradou: “A liberdade e a justiça são valores fundamentais para nós, judeus… Se o Lula está sendo injustiçado, o judeu está sendo injustiçado. Lula é o nosso Moisés! Ele formou o povo brasileiro Ele nos fez cruzar o Mar Vermelho para chegar na liberdade! Viva Luiz Inácio Lula da Silva, Lula presidente”.
Em cima do carro de som também estavam líderes católicos, de religiões afro e o pastor Ariovaldo Ramos, que vem apoiando os movimentos de esquerda de maneira contínua desde as manifestações em favor do impeachment. Ele fundou a “Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito”, um grupo onde ele é o único líder evangélico com alguma expressão.
Ariovaldo vem gravando vários vídeos defendendo que Lula é inocente e que existe um “golpe” em curso no país. Ele também discursou, defendendo a possibilidade de desobediência civil e participou de orações ecumênicas, junto com os demais líderes religiosos.
Nas redes sociais, o Partido dos Trabalhadores publicou uma “figurinha”, compartilhada milhares de vezes, onde Lula é comparado ao pastor e ativista Martin Luther King Jr. A mesma imagem trazia a figura de Gandhi, um líder político e religioso hindu da Índia.
Condenado em primeira e segunda instância por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente não se entregou à Polícia Federal no prazo estabelecido. Seus advogados negociaram com a Justiça e ficou acordado que ele iria pra Curitiba no final da manhã deste sábado, após participar de uma missa em lembrança do aniversário de sua falecida esposa Marisa Letícia, que completaria 67 anos hoje.
Transmitido pela internet, a missa foi renomada de “culto ecumênico” e contou com a participação de vários líderes políticos e religiosos. Em vários momentos, após a leitura das Escrituras, os manifestantes gritavam em coro “Lula, eu te amo” e “não se entregue”. Liderara pelo bispo Angélico Bernardino, teve um momento em que os presentes, entre eles alguns políticos que já se declararam ateus no passado, entoaram um “pai nosso” em uníssono.
A ex-presidente Dilma Rousseff, em sua fala durante o evento, comparou seu antecessor a São Francisco de Assis, declarando: “Lula é um homem de religião e um homem de fé. Ele se inspirou nos valores cristãos”.
O caráter “messiânico” da liderança política de Lula e as mensagens claras divulgadas pelos movimentos de esquerda nos últimos dias conferem ao ex-presidente um status de figura religiosa.
Tratar seus líderes como “santos” ou “semideuses” não é novidade em países governados por regimes comunistas. São bons exemplos disso a adoração a Mao Tsé Tung na China, a Hugo Chávez na Venezuela e Kim Il-sung na Coreia do Norte.
Fonte: Gospel Prime
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