O jornal Folha de São Paulo teve acesso junto à Receita Federal do
montante arrecadado pelas igrejas no Brasil em um ano. Segundo os dados
divulgados, em 2011 a arrecadação declarada foi de R$ 20,6 bilhões, que
seria 90% do valor disponível neste ano para o Bolsa Família.
O jornal inclui na conta igrejas católicas, evangélicas e demais,
destacando quem em média, R$ 39,1 milhões foram entregues diariamente às
igrejas. O dinheiro doado pelos fiéis somam R$ 3,47 bilhões por dízimo e
R$ 10,8 bilhões de outras doações. Na equação, foram acrescentadas a
venda de bens e serviços (R$ 3 bilhões) e rendimentos com ações e
aplicações (R$ 460 milhões).
Os números impressionam, e continuam crescendo. A folha diz que
entre 2006 e 2011, a arrecadação anual dos templos cresceu 11,9%, tendo
uma pequena queda em 2009, quando refletiu os problemas da economia
brasileira e “pesou no bolso dos fiéis”.
A lei vigente afirma que as igrejas precisam declarar todos os anos a
quantidade e a origem dos recursos arrecadados à Receita Federal. Elas
têm imunidade tributária, que é garantida pela Constituição, assim como
os partidos políticos e os sindicatos.
As organizações religiosas são isentas de impostos sobre os ganhos
relacionados à sua atividade. Cada igreja declarante possui um CNPJ
próprio e pode ter diversas filiais. Em 2010, a Receita Federal
registrou a declaração de 41.753 templos que preencheram a Declaração de
Informações de Pessoa Jurídica. Mas esse não é o numero total de
igrejas do país, já que muitas operam sem terem essa preocupação.
Chama atenção o fato de o Estado de São Paulo responder por quase
metade da arrecadação das organizações religiosas do país. Além disso, a
arrecadação das igrejas do Nordeste do país cresceu quase o triplo da
média nacional nos últimos anos. Entre 2006 a 2011, o volume de doações
nessa região aumentou 35,3% (um salto de R$ 1,45 bilhão para quase R$ 2
bilhões), enquanto a media nacional foi de a 11,9%.
Segundo Luís Eduardo Schoueri, professor de direito tributário na
USP, ”O temor é de que por meio de impostos você impeça o livre
exercício das religiões. Mas essa imunidade não afasta o poder de
fiscalização do Estado”.
Dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil, lembra que “A igreja não é uma empresa, que vende produtos
para adquirir recursos. Vive sobretudo da doação espontânea, que decorre
da consciência de cristão”.
Segundo o Censo de 2010, o Brasil tem 64,6% de católicos e 22,2% de evangélicos, grupo que ressalta mais a questão do dizimo.
Fonte: Gospel Prime
Clique no link abaixo para ver a reportagem e assistir o vídeo no site do Gospel Prime:
http://noticias.gospelprime.com.br/arrecadacao-igrejas-brasil/